FORTIS LITTERA
Oh! Vento vil!
Abre na frívola sorte
o corte da
sinistra espada que porte,
mas, atravessa
transfigurando a morte,
que faz-se vida,
ao gravar com a letra forte.
Ah! Dor servil!
Leva a côrte consorte
cujo suporte, já
não há quem o conforte,
porém, na marca
d’sangue será o exorte
sendo o valor da
liberdade, único norte.
O Sol Invicto pousa
no ostensório,
e, emite o
veredicto decisório:
"perece tudo
que for provisório".
O arco e a cruz
define o sucessório,
e, disseminada a
luz em aspersório,
aos que esperam no genuflexório.
aos que esperam no genuflexório.
Renasceu
em formas de letras. O sacrifício de André de Albuquerque Maranhão durante a
Revolução de 1817 se transfigurou na estrelar Fortaleza dos Reis Magos, e se
entranhou na identidade norte-rio-grandense. O sangue do senhor de Cunhaú
garantiu o trinfo dos princípios de liberdade, tal como os inexoráveis raios
solares nos rememoram a vitória final da Nova Aliança.
André de Albuquerque Maranhão foi
Cavaleiro da Casa Real e Coronel comandante da divisão sul. Ele viveu num momento conturbado na região.
A Grande Seca de 1816 fez cair a produção canavieira e algodoeira da região,
gerando o caos social com inúmeros flagelados da seca que fugindo da fome e
invadiam propriedades em busca de comida. Enquanto isso, a administração de D.
João VI, que encontrava-se no Brasil, passou a cobrar mais impostos para
financiar os exércitos que invadiram as regiões da Guiana Francesa e da
Província da Cisplatina (atual Uruguai). Sendo pressionado pela miséria do povo
e pela burocracia militarista que cobrava mais impostos André de Albuquerque
Maranhão liderou as suas tropas tomando a cidade de Natal em 28 de março de
1817, proclamando adesão ao movimento iniciado em Pernambuco que defendia a
independência de toda região criando uma república. Porém, a reação do Reino
Unido de Portugal Brasil e Algarves enviou tropas para retirar o poder dos
rebeldes.
No dia 25 de abril de 1817, as
tropas legalistas tinham chegado à Natal exigindo a rendição, os correligionário de
André de Albuquerque Maranhão já haviam abandonado. Sozinho, ele negou-se a
rendição, entrando em combate na praça da Cidade Alta, que hoje encontra-se com
seu nome. Sendo ferido em combate por Antônio José Leite Pinho que empunhou sua
espada na região inguinal de André de Albuquerque Maranhão. Sendo levado preso
para o Forte dos Reis Magos, onde recebeu a extrema unção para salvação de sua
alma, na qual apenas restou uma pedra para repousar sua cabeça nos momentos finais de sua vida. Vindo a óbito
na madrugada do dia 26 de abril por uma dolorosa hemorragia. Atualmente, encontra-se
sepultado na Igreja Nossa Senhora da Apresentação.
Após a bravura de André de
Albuquerque Maranhão o Rio Grande do Norte foi surpreendido com uma notícia: a independência de Pernambuco, e, cinco anos depois a emancipação do Brasil.
Inspirado nesse exemplo de coragem, bravura que os membros elegeram André de Albuquerque Maranhão como patrono da identidade do espírito potiguar.